Plano de 90 dias é um framework muito usado para onboarding de uma pessoa em um novo cargo ou empresa e tem como vantagens: facilitar a aprendizagem e permitir entregas consistentes a curto prazo.
A primeira coisa que é preciso garantir para que o plano funcione legal, é ter toda e qualquer meta devidamente alinhada com o líder. Quando ingressamos em uma posição é de se esperar que existam expectativas de resultados do time e empresa.
Em geral, usa-se focar em aprendizagem nos primeiros 30 dias, em resultados mais simples nos 60 e em autonomia de entregas nos 90. Para uma pessoa de produto essa divisão é muito boa, já que torna possível impor um ritmo de discovery e delivery.
Para facilitar esse período, venho testando diferentes combinações de atividades e metas, e a seguir listo o que mais tem funcionado.
Primeiros 30 dias - Mapeamentos:
Entenda a empresa, seus valores, seu produto e a proposta de valor;
Conheça e escute os principais stakeholders, sejam internos, sejam externos;
Saiba de cabo a rabo a jornada de experiência do produto e seus Jobs e dores;
Se já houver time, desenhe RACI e alinhe responsabilidades e entregáveis de cada um, além dos ritos. Se não houver ainda, encontre os principais personagens Cross ou parceiros que possam ajudar em experimentos simples;
Termine o período com uma proposta estratégia e tática para os principais desafios e oportunidades.
60 dias - um mês de ajustes e testes:
Priorize o mais barato com potencial de maior retorno;
Viabilize que todo aprendizado seja apreendido e aplicado, é isso deve ser o tom do período;
Teste fóruns e formas de alinhamentos com os stakeholders;
Crie rotinas e fontes de monitoramento de resultados e novos insights;
Garanta um entrosamento do time com relação a ritmo e qualidade.
90 dias - um mês para evoluções:
Tudo que foi aprendido, terá de ser evoluído;
Garanta que as ambições sejam alinhadas à capacidade do time e do negócio;
Defina um roadmap bem refinado com % de alavancas;
Crie mecanismos para que não só as entregas sejam incrementais, mas a própria difusão do conhecimento;
Valide com as lideranças e não permita que expectativas e realidade não estejam profundamente alinhadas.
Claro que sempre é preciso se adaptar ao ambiente, e muitas vezes já temos desafios mapeados e endereçados. É verdade também que nem toda liderança se preocupa com isso, mas se queremos fazer bem o trabalho, faça o seu plano e imponha a sua forma de conduzir as coisas, nem que seja necessário assumir a sua forma e as coisas que estão acontecendo ao mesmo tempo.
O fato é que coordenar bem o tempo entre discovery e delivery é vital para uma pessoa de produto, que deve ter em mente que existem sempre dois objetivos a serem buscados: o melhor para o cliente e o melhor para o negócio. E que nisso tudo, ainda tem a carreira e a delícia de se fazer as coisas da melhor forma.
Comments